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19-11-2014

Tire suas dúvidas sobre a vacinação contra a coqueluche

  • tire duvidas sobre a coqueluche

    Saúde do bebê

    Gestantes e profissionais de saúde deverão ser vacinados. Imunização visa proteger os recém-nascidos contra a doença

    Grávidas e recém-nascidos ganharam um novo reforço para proteção contra coqueluche. A partir deste mês de novembro, as gestantes têm à disposição a vacina acelular contra difteria, tétano e coqueluche (dTpa) no Calendário Nacional de Vacinação pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

    Dessa forma, o Ministério da Saúde busca reduzir a incidência e mortalidade causada pela doença entre os recém-nascidos.

    A vacina dTpa está disponível nos 35 mil postos da rede pública.

    Coqueluche

    A coqueluche é uma doença infecciosa aguda de alta transmissibilidade causada pela bactéria Bordetella pertussis. Suas principais complicações secundárias são a pneumonia, otite média, ativação de tuberculose latente, enfisema pneumotórax, entre outras.

    Acesse os gráficos sobre a situação da coqueluche no mundo e no Brasil, situação epidemiológica, medidas de controle, entre outros dados, apresentados durante coletiva.

    Para esclarecer as dúvidas, o Ministério da Saúde elaborou perguntas e respostas para facilitar o entendimento e ressaltar a importância de se atentar aos períodos para tomar a vacina. Confira:

    Quando a vacina dTpa foi incluída no Calendário Nacional de Vacinação do SUS?

    A vacina adsorvida de difteria, tétano e coqueluche (pertussis acelular) foi introduzida no início de novembro de 2014 no Calendário Nacional de Vacinação da gestante como reforço ou complementação do esquema da vacina dupla adulta (difteria e tétano).

    Qual o objetivo da vacina dTpa?

    A dTpa tem como objetivo diminuir a incidência e mortalidade por coqueluche nos recém-nascidos visto que a doença é cada vez mais relatada em crianças mais velhas, adolescentes e adultos, sendo a fonte de transmissão mais frequente para as crianças, especialmente as menores de um ano.

    Nesses casos, elas podem apresentar quadros atípicos da doença, dificultando o diagnóstico e possibilitando a transmissão para lactentes, com maior risco de desenvolverem complicações e podendo levar a óbito.

    Entre 2011 e 2013, o Ministério da Saúde registrou 4.921 casos em menores de três meses, 35% dos casos do País neste período, que foram 14.128. Essa faixa-etária é ainda mais afetada em relação aos óbitos. No período, foram 204 óbitos, o que representa 81% do total nacional, que foi de 252 mortes.

    Quando a mãe é vacinada, como é o processo de imunização da criança?

    Quando uma gestante é vacinada com a dTpa, é oferecida proteção vacinal indireta para o bebê por meio da passagem de anticorpos maternos por via transplacentária para o feto.

    A medida resulta na proteção do recém-nascido nos primeiros meses de vida até que complete o esquema vacinal contra a coqueluche no Calendário Nacional de Vacinação com a Pentavalente (difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus Influenzae tipo b e hepatite B) aos 2, 4 e 6 meses e reforço da DTP aos 15 meses e aos 4 anos.

    Por quanto tempo a criança fica imunizada depois do nascimento?

    O recém-nascido fica protegido contra a coqueluche nos primeiros meses de vida até que complete o esquema vacinal. Um estudo realizado no Reino Unido em 2014 mostrou que a efetividade da vacina na prevenção da doença em lactentes até os três meses de idade foi estimada em 91%, quando a vacina é aplicada até 28 dias antes do parto.

    Posteriormente, a proteção conferida pela mãe é progressivamente menor, sendo de 38% se a vacina é aplicada na última semana de gravidez. Após a administração de dTpa, é necessário um mínimo de duas semanas para gerar uma resposta imune máxima para os antigénos da vacina.

    Em qual período da gravidez as mães deverão tomar a vacina?

    A vacina tipo adulto-dTpa será disponibilizada para gestantes a partir da 27ª semana de gestação até a 36ª semana de gestação e poderá ser administrada até no máximo 20 dias antes da data provável do parto.

    É importante que a gestante seja vacinada com a dTpa o mais precoce possível a partir do período anteriormente descrito. A vacina também será disponibilizada para os profissionais de saúde que atuam em maternidades e em unidades de internação neonatal (UTI/UCI neonatal).

    Quantas doses são aplicadas da vacina?

    O esquema de vacinação completo da dupla adulto – dT é de três doses, podendo ser tomada a partir dos 10 anos de idade. O reforço deverá ser dado a cada dez anos. Se a mulher não tomou nenhuma dose da vacina antes de engravidar, é necessário tomar duas doses da dupla adulto, com intervalo de no mínimo 30 dias e complementar com a dTpa.

    Caso a mulher tenha tomado uma dose da dT antes da gestação, ela deverá reforçar o esquema com mais uma dose da dT e outra da dTpa. Já para as mulheres que se preveniram com duas ou mais doses da dT, recomenda-se a administração de apenas uma dose da dTpa.

    Mulheres grávidas devem tomar uma dose da dTpa em cada gestação, independente de terem tomado anteriormente na rede privada. Profissionais de saúde que atuam em maternidades e em unidades de internação neonatal (UTI/UCI neonatal) devem tomar a vacina a cada dez anos para a proteção dos recém-nascidos.

    Por que a princípio serão vacinadas gestantes a partir da 27ª semana de gravidez? Existe expectativa de que a vacina seja estendida para outro período da gravidez? Qual e quando?

    A vacinação de gestantes foi aprovada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), especialistas do Advsory Committe Immunizations Practices EUA (ACIP), do American College of Obstetricians and Gynecologist, da American Academy of Pediatricians dos EUA e do Comitê Técnico Assessor em Imunizações (CTAI).

    A recomendação destas instituições é a vacinação de todas as gestantes com o componente pertussis (acelular), a partir da vigésima sétima semana (27a) até a trigésima sexta semana (36a) de gestação, podendo ser aplicada até 20 dias antes da data provável do parto, a fim de reduzir a morbidade e mortalidade em crianças menores de seis meses de idade.

    Esta vacina pode ser aplicada a partir da vigésima (20ª) semana em situações especiais como em áreas de difícil acesso. A vacina dTpa gera proteção da mãe para o filho. Além de se proteger, a mãe passa anticorpos para seu filho ainda no período de gestação, garantindo ao bebê imunidade nos primeiros meses de vida até que ele complete o esquema vacinal contra coqueluche, definido pelo calendário básico.

    Por que os profissionais de saúde de maternidades e UTIs neonatais devem se vacinar?

    Para a proteção dos recém-nascidos, além da indicação da vacina para as gestantes, é de fundamental importância a vacinação dos profissionais de saúde (prováveis transmissores da doença coqueluche) que atuam em maternidades e em unidades de internação neonatal (UTI/UCI convencional e UCI Canguru).

    Quantas mães e profissionais de saúde esta vacina pretende proteger?

    O Ministério da Saúde pretende vacinar anualmente todas as cerca de 2,9 milhões de gestantes brasileiras e 324 mil profissionais de saúde. Desta forma as crianças ficarão protegidas até iniciarem o esquema de vacinação com a pentavalente e os reforços com a DTP.

    Quando o Ministério da Saúde começou a distribuir as vacinas para os estados?

    As vacinas foram distribuídas entre os dias 25 de setembro a 2 de outubro para todos os estados que definiram suas estratégias para distribuição do imunobiológico aos municípios.

    Quantas doses da vacina foram distribuídas aos estados?

    A vacina dTpa está nos estados desde o dia 2 de outubro. Para implantação, o Ministério da Saúde encaminhou três quotas para poder atender a demanda de implantação, totalizando 1,2 milhões de doses e, a partir do mês de novembro, passará a enviar cota mensal de 300 mil doses para todo o País.

    Qual o investimento do Ministério da Saúde com a introdução desta vacina?

    Para a implantação desta vacina no calendário, em 2014, o Ministério da Saúde adquiriu quatro milhões de doses, com investimento de R$ 87,2 milhões. Cada dose tem o custo de R$ 21,81.

    Foto: Divulgação | Portal Brasil

    Fonte: Ministério da Saúde