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10-03-2020

Representante do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Santa Catarina pede apoio da Câmara na luta contra a privatização da empresa

  • tribuna10marco20

    O diretor do Sindicato dos Trabalhadores na Empresa de Correios e Telégrafos e Similares de Santa Catarina, Robson Paladini, ocupou a Tribuna Livre na sessão ordinária desta quinta-feira (10) com o objetivo de defender que a empresa continue pública. Disse que o momento é delicado para os carteiros e telégrafos, pois há a intenção forte do Governo Federal de privatizar os Correios e afirmou que isso trará enormes prejuízos à população.

    “A empresa vem sendo sucateada há muito tempo para justificar a privatização”, afirmou ele, destacando que a categoria vem insistindo na realização de concurso para carteiros.

    Destacou ainda que é empresa Correios é a única no mundo a ligar todos os municípios de um país, pois está presente em todos as cidades do Brasil, sendo a também a de melhor entrega e logística.

    “Somos responsáveis por 88% das entregas do comércio eletrônico brasileiro, abrangendo inclusive os municípios mais longínquos. Sabemos que várias empresas são concorrentes na entrega de encomenda no Brasil”, assinalou.

    Explicou que os Correios não detêm o monopólio das entregas de mercadorias, somente o monopólio das cartas. “Estão querendo justificar a privatização para uma livre concorrência, mas não se justifica”, frisou, destacando que não há impedimento da livre concorrência, tanto que há uma grande diferença entre as tarifas praticadas pelos Correios e pelas empresas privadas. Citou como exemplo que um sedex de Blumenau para São Paulo pelos Correios custa R$ 45,00, enquanto que as empresas privadas cobram cerca de R$ 85,00.

    Afirmou que na prática a privatização significa o risco concreto do fechamento de agências em todos os municípios brasileiros. “Se privatizada a empresa, os serviços nos municípios menores, e nas localidades com agências deficitárias, não serão mantidos. Quem comprar não vai manter uma agência onde não houver lucro”, alertou.

    Disse que o serviço postal já foi privatizado em 10 países, mas que dois já voltaram atrás e novamente estatizaram o setor, que privatizado não estava atendendo à população com qualidade.

    Afirmou que a estratégia do governo é sucatear a empresa ao máximo e que já retiraram muitos benefícios dos trabalhadores. Assinalou que desde 2011 não é realizado concurso público, sendo que em 2013 havia 128 mil trabalhadores e atualmente esse número é de um pouco mais de 98 mil funcionários. “Não tem como mantermos a mesma qualidade de serviço à população com 30 mil trabalhadores a menos e vendo uma crescente população nos municípios, assim como o volume de vendas pela internet, que cresceu vertiginosamente”, apontou.

    Disse que a privatização vai significar também o fechamento de milhares de postos de trabalho e que o ministro da Economia, Paulo Guedes, já anunciou a demissão certa de 40 mil trabalhadores.

    Pediu o apoio da Câmara, afirmando que os Correios devem ser defendidos pelos trabalhadores e pela sociedade. Lembrou ainda que os Correios prestam um serviço social de relevância para o país, com a entrega de medicamentos, de livros do MEC e das provas do Enem, que ocorrem simultaneamente em todas as cidades onde o exame é realizado. “Pedimos que vocês façam uma moção de apelo para a manutenção do correio público e de qualidade”, finalizou.

    Fonte: Assessoria de Imprensa CMB
    Foto: Lucas Prudêncio | Imprensa CMB