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14-03-2017

Representante do Coletivo Liberdade Blumenau fala sobre violência e pede políticas voltadas à população LGBT

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    Na sessão ordinária realizada nesta terça-feira (14), Alice Alves, do coletivo de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros ‘Liberdade Blumenau’, ocupou a tribuna livre da Câmara para falar sobre a violência e reivindicar a criação de políticas públicas na cidade.

    Iniciou seu pronunciamento lamentando a falta de mulheres na política em Blumenau. “Convido a comunidade a mudar o perfil da Casa Legislativa, elegendo mulheres para nos representar”, afirmou.

    Fazendo referência ao Dia Internacional da Mulher, celebrado no último dia 08, pediu visibilidade às mulheres trans, bissexuais e lésbicas que veem seus corpos violentados e são marginalizadas. “Mulheres lésbicas, bissexuais, transexuais, travestis e transgêneros são as que mais morrem assassinadas e as que mais cometem suicídio”, apontou.

    Disse que as mulheres são discriminadas nas escolas e não recebem atenção na área da saúde. “Nossas especificidades são ignoradas e negligenciadas”. No trabalho, apontou que muitas são forçadas a esconder a verdadeira identidade em nome da sobrevivência.

    Afirmou que travestis são tratadas como a escória da sociedade e tratadas como lixos. “As mulheres trans tem expectativa de vida de apenas 33 anos, já que são assassinadas todos os dias”.

    Disse que dados da ONU apontam que o Brasil é o país que mais mata trans, travestis e transexuais no mundo. Afirmou ainda que segundo a ONG Gays da Bahia, em 2015 foram mortas 318 pessoas LGBTs. “Que sociedade é essa que nos nega trabalho, escola, saúde e respeito? Que sociedade é essa que nos nega o direito básico à vida?”, questionou.

    Disse que o Coletivo Liberdade de Blumenau adota a luta, acolhe as libertas e libertos, e assume, convoca e empodera. Registrou ainda a realização da primeira Conferência Municipal de Políticas Públicas dos Direitos Humanos LGBTs, em 2015. Falou ainda da participação do grupo na terceira Conferência Nacional para reivindicar direitos.

    Ao final, exigiu que sejam criadas políticas públicas voltadas ao grupo. “Exigimos que a prefeitura de Blumenau atenda às propostas resultantes da primeira conferência municipal de políticas públicas e dos direitos humanos de LGBTs, entre elas a criação da secretaria de direitos humanos da nossa cidade”, disse, acrescentando que lutam também pela criação do conselho municipal de direitos LGBTs.

    Fonte: Assessoria de Imprensa CMB
    Foto: Jessica de Morais | Imprensa CMB