Reitor da Furb, João Natel, presta esclarecimentos sobre reajuste das mensalidades acima da inflação
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João Natel, reitor da Furb, ocupou a tribuna livre na sessão desta terça-feira (22), atendendo ao Requerimento 18/2016, de autoria do vereador Jefferson Forest (PT). O requerimento convidava Natel para prestar informações e esclarecimentos a respeito do aumento acima da inflação das mensalidades dos cursos da Furb, o que pode acarretar a perda de programas sociais, tais como o Fies.
O reitor da Furb explicou as dificuldades que as instituições estão enfrentando em relação ao Fies, especialmente na regularidade do repasse dos valores. “Ainda estamos recebemos valores referentes a 2015 e não recebemos valores correspondentes a 2016”, relatou.
Ele expôs os requisitos para utilização do financiamento estudantil para os alunos e para as instituições de ensino. Acrescentou que de 2014 a 2016 houve uma redução de 80% no número de novos estudantes com contratos do Fies, mas ainda assim a insegurança relativa ao recebimento dos valores persiste na universidade.
Natel expôs o cálculo feito para definir o valor do reajuste das mensalidades, que foi discutido pelo Conselho Universitário. “No fim do ano passado, considerando diversos índices inflacionários, chegou-se ao número de 10,49%”. Frisou que foi acrescido 1% relativo ao anuênio dos servidores e mais 1% que precisou ser destinado para o equilíbrio financeiro do ISSBLU.O reitor ainda fez uma comparação com os índices de reajuste de outras universidades da região, ressaltando que a Furb destina 5% de seu orçamento para gratuidades, além de apoiar iniciativas nas áreas de esporte e cultura. No ano passado nenhum estudante da Furb foi retirado da sala de aula por problemas com o Fies” acrescentou.
Ao final, ressaltou que as medidas tomadas pela universidade não fazem a instituição correr o risco da perda de programas sociais, e vão garantir a sustentabilidade e a permanência dos estudantes mesmo diante das incertezas econômicas do país. “Atualmente temos um número menor de formandos do que desistentes na Furb”, destacou.
O vereador Jefferson Forest (PT), proponente da convocação ao reitor, questionou se o reajuste acima da inflação é mesmo necessário e que tipo de investimentos a universidade fez para justificar o reajuste. Também pediu que a proposta de reajuste seja feita no período em que os estudantes ainda estão frequentando as aulas, para evitar a desmobilização.
Já o vereador Ivan Naatz (PDT) apresentou números que apontavam que nos últimos três anos a universidade praticou reajustes 7,3% acima da inflação. Disse que a Furb é uma reguladora do mercado e questionou como fazer educação de qualidade sem reajustar as mensalidades acima da inflação e segurar os salários dos docentes para que não sejam exorbitantes.
O líder do governo, vereador Robinho Soares (sem partido), questionou qual a porcentagem do imposto de renda retido na folha dos servidores da Furb fica com o município, sugerindo que o valor seja utilizado em bolsas de estudo.
Em resposta aos questionamentos dos vereadores, o reitor João Natel disse que é um desejo da gestão unificar as datas de reajuste das mensalidades e dos servidores. Esclareceu que os índices de reajustes de outras universidades, apresentados pelos vereadores, foram definidos em datas diferentes, por isso os índices inflacionários podem ser divergentes. Voltou a destacar a necessidade do crescimento vegetativo da folha de pagamento, relativo ao 1% de anuênio.
Também ressaltou que na ocasião da discussão da federalização da Furb, o cálculo apresentado é que um estudante federal custa de 2 a 2,5 vezes o valor do estudante da universidade atualmente. “Nós já promovemos educação a um custo baixo, uma vez que a universidade tem o dever de investir em pesquisa, extensão e cultura. Fazer pesquisa tem um custo muito elevado”, disse.
Sobre salários, destacou que a universidade não é competitiva para atrair bons professores em comparação a outras instituições do estado. Também pediu que os vereadores possam auxiliar a instituição criando uma fundação de apoio à Furb, com CNPJ distinto, para que a universidade possa ser competitiva na busca de recursos em forma de projetos, concorrendo em editais federais
Fonte: Assessoria de Imprensa CMB
Foto: Jessica de Morais | CMB