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03-04-2014

Presidente Vanderlei de Oliveira participa de debate na Furb sobre a ditadura militar

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    A Furb promoveu, na terça-feira (1º), um debate sobre os 50 anos do golpe militar no Brasil. Coordenada pelo professor Nelson Afonso Garcia Santos, a promoção faz parte dos ciclos de debates dos departamentos de Ciências Sociais e Direito. Com o recinto completamente lotado, o encontro aconteceu no auditório do Bloco J da universidade. O presidente da Câmara de Vereadores de Blumenau, Vanderlei de Oliveira (PT), participou do evento.

    Ações iniciadas em 31 de março de 1964 culminaram em uma ditadura militar, que perdurou por longos 21 anos e impôs ao povo brasileiro um regime autoritário. Perseguiram, prenderam, torturaram, mataram e colocaram opositores no exílio. De acordo com documentos disponibilizados pela Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos da América (CIA), a derrubada do governo democrático do então presidente João Goulart (Jango) era uma questão de interesse estritamente econômico.

    A discussão na Furb foi uma oportunidade de recordar e debater os abusos ocorridos no período, a fim de gerar reflexões para que nunca mais se repitam. Na oportunidade, o presidente da Câmara, Vanderlei de Oliveira, fez críticas aos que defendem a volta da ditadura. No dia 22 de março, cerca de 50 pessoas tentaram reeditar em Blumenau a “Marcha pela Família em Defesa da Vida, da Liberdade e da Democracia, contra o Comunismo”. “Quem tem saudade dessas coisas é ignorante. Os militares deixaram o Brasil com uma dívida equivalente ao que seria hoje R$ 1,3 trilhões. Os ditadores militares acabaram com a malha ferroviária brasileira em ação articulada com petroleiras e montadoras estrangeiras. Exemplo disso foi a Estrada de Ferro Santa Catarina (EFSC), extinta por eles. Hoje temos que lutar novamente para reestabelecer o modal ferroviário”.

    Vanderlei afirmou que prefere a democracia, pois nela o contraditório é permitido, sem o risco de ser perseguido e até mesmo assassinado, como ocorria nos anos de chumbo. “Posso discordar sem medo ser amarrado e jogado no Rio Itajaí-Açu, como aconteceu no período da ditadura”, finalizou.

    O Golpe

    O governo norte-americano apoiou, com milhões de dólares, campanhas eleitorais de deputados e governadores opositores ao presidente João Goulart. Houve também o financiamento para a criação do Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES), a fim de criar peças publicitárias sobre uma suposta ameaça comunista no Brasil. Amplamente divulgadas em salas de cinema e nos horários de intervalos dos trabalhadores das indústrias, o principal propósito seria colar no presidente Jango a pecha de adepto ao ideário comunista, e colocar o povo a favor da saída forçada do governante. Toda articulação culminou com a deposição do presidente e a instalação da ditadura militar.

    Essas e outras informações estão contidas no documentário “O Dia que Durou 21 Anos” (ASSISTA O DOCUMENTÁRIO COMPLETO), dirigido por Camilo Galli Tavares. O filme apresenta detalhes de documentos e gravações telefônicas, desde 1962, entre a embaixada norte-americana e a presidência do Estados Unidos, revelando a participação decisiva do governo dos norte-americanos na preparação ao golpe de estado de 1964, no Brasil.

     

    Foto: Assessoria do Mandato
    Fonte: Assessoria de Imprensa CamaraBlu