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27-06-2018

Frente Parlamentar em Defesa de Políticas de Mobilidade Urbana realiza reunião na Escola Estadual Luiz Delfino

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    A Frente Parlamentar em Defesa de Políticas Públicas de Mobilidade Urbana realizou na noite dessa terça-feira (26), a sua reunião mensal. O encontro foi realizado na Escola Estadual Luiz Delfino, no Centro. Um grupo de alunos do ensino médio acompanhou a reunião, que contou com a presença dos vereadores Jens Mantau (PSDB), presidente da Frente, e Professor Gilson (PSD), além do secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Ivo Bachmann, e do diretor da escola, Mauro Medeiros. Também o deficiente visual Gilberto Correia foi convidado a participar e falar para os estudantes sobre as dificuldades que superou quando ficou cego e dos problemas de acessibilidade e mobilidade que enfrenta nas ruas.

    O vereador Jens Mantau explicou para os estudantes o funcionamento e os objetivos da Frente Parlamentar. “A Frente ouve a comunidade sobre as questões de acesso e o funcionamento da cidade. Somos o elo entre a comunidade e o Poder Executivo”, assinalou. Em seguida ele explicou por que convidou Gilberto para expor a história dele desde que ficou cego há quatro anos, devido a diabetes. “É importante conhecer a realidade de uma pessoa cega e como precisamos enxergar a cidade a partir da experiência dessas pessoas”, observou.

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    Gilberto falou que quando perdeu a visão entrou em depressão profunda. “Naquele momento a vida para mim tinha acabado. Hoje digo o contrário, que minha vida começou depois que perdi a visão. Quando comecei a frequentar a Acevali, aprendi a me locomover de forma independente por toda a cidade”, destacou, ressaltando que a Acevali abriu as portas e ali ele percebeu que não era o único cego no mundo. Contou que os deficientes visuais “matam, no mínimo, um leão por dia”. Mencionou que isso acontece quando eles precisam atravessar as ruas movimentadas da cidade, como a Sete de Setembro, a XV de Novembro e a Beira Rio. “Nossa luta é pelo direito de ir e vir, mas nosso direito acaba nos semáforos”, salientou.

    O vereador Professor Gilson ressaltou a importância de fazer a reunião na comunidade para que a população compreenda como funciona o trabalho da Câmara e dos parlamentares. Explicou que cabe ao grupo ouvir a todos – a exemplo do depoimento dado por um deficiente visual na reunião –, levar as demandas e cobrar da administração municipal a execução das mesmas. Apontou que a mobilidade urbana diz respeito a dar condições necessárias a todos, incluindo pedestres e ciclistas, de se locomoverem com segurança pela cidade. “É mais do que abrir rua, cuidar de rua e do trânsito. Precisamos tratar de mobilidade urbana falando não somente do fluxo de carros, mas também o investimento em um transporte público de qualidade para que motive também os jovens a utilizá-lo”, assinalou. O vereador ainda acrescentou que mesmo com as obras viárias planejadas, daqui a algum tempo a cidade não vai mais suportar o fluxo de carros e pessoas. Ele se colocou à disposição para ouvir as reivindicações do educandário nessa área e incentivou que a comunidade participe e acompanhe mais a política.

    O diretor Lauro Medeiros apresentou algumas demandas da comunidade escolar. Lembrou que os alunos vêm de vários bairros da cidade e que a mudança no trânsito para acessar a Rua São José, onde se localiza o educandário, prejudicou a saída de alunos e professores. “Muitas vezes leva-se até 30 minutos para acessar a sinaleira no trevo da Rua Sete de Setembro. O trânsito não flui”, alertou. Ele questionou o secretário Bachmann sobre a possibilidade de realizar um estudo para implantar duas mãos na Rua São José, a fim de possibilitar que o motorista que vem da Rua João Pessoa possa acessar aquela via e sair pela Rua Petrópolis.

    Outra demanda apresentada pelo diretor foi em relação à situação das calçadas e a iluminação da Rua São José. Reclamou que as calçadas são muito estreitas e carecem de manutenção e que a rua, à noite, fica muito escura. Assinalou que já houve muitos assaltos na região.

    Em relação à má iluminação, o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Ivo Bachmann, disse que vai repassar esta demanda para que a secretaria competente faça os encaminhamentos. Em relação às calçadas, ele esclareceu que depende do lindeiro. “A prefeitura em muitos casos faz a calçada, mas a manutenção é de responsabilidade do proprietário do imóvel e do cidadão”. Informou que o governo municipal está fazendo 16 quilômetros de calçadas na cidade e relatou as dificuldades enfrentadas com isso. Explicou que foi montada uma equipe para conversar com os comerciantes, para fiscalizar as calçadas e terrenos baldios, no sentido de buscar uma solução e dar a acessibilidade necessária para a locomoção das pessoas.

    Na oportunidade, o secretário municipal também apresentou o Plano Municipal de Mobilidade Urbana, que todas as cidades que possuem mais de 50 mil habitantes devem elaborar para alcançarem recursos do governo federal. Explicou que o documento foi criado através de legislação municipal e utiliza uma pirâmide invertida, estabelecida por uma política nacional, onde os pedestres, os ciclistas e o transporte público estão no topo dela. Apontou que o plano foi finalizado há pouco e para a sua elaboração, a prefeitura promoveu uma série de audiências públicas com a comunidade de diversos bairros onde foram apresentadas ideias e sugestões.

    “O documento relaciona obras, deveres e obrigações da prefeitura para que se tenha um norte em relação à mobilidade urbana para os próximos 30 anos”, apontou, informando que ocorre o licenciamento de 10 mil carros por ano em Blumenau. Também chamou atenção para a necessidade de uma mudança cultural para que as pessoas valorizem o transporte coletivo e o transporte ativo, que são os pedestres e ciclistas, e não utilizem apenas o carro.

    Fonte: Assessoria de Imprensa CMB
    Fotos: Reprodução TVL