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02-06-2016

Cultura do Estupro e Machismo são abordados na Tribuna Livre do Legislativo

  • tribuna2junho16

    Nesta quinta-feira, dia 2, a integrante do Coletivo Feminista Casa da Mãe Joana, Letícia Moreno Frota, ocupou a tribuna para falar sobre a cultura do estupro. O grupo participou nesta quarta-feira (1) da mobilização nacional realizada para protestar contra a fatalidade que ocorreu no dia 26 de maio, no Rio de Janeiro, quando uma adolescente de 16 anos foi estuprada por 33 homens. “Por que esses homens se sentiram tão livres para cometer e publicar esta brutalidade? Esses homens não são doentes, são filhos saudáveis de uma sociedade machista”, explicou.

    Destacou que termo cultura do estupro surgiu na década de 70 nos Estados Unidos. No Brasil, a cada 11 minutos uma mulher é estuprada. Somente em 2014 cerca de 47,6 mil mulheres foram estupradas. Letícia salientou que a fatalidade ocorrida no Rio de Janeiro não será lida como um evento isolado. “Enquanto nos negarmos a debater este assunto na Câmara de Vereadores, nos lares, na igreja, no círculo de amigos e escolas, a barbárie não vai parar”, complementou.

    Para o coletivo feminista, a cultura do estupro é legitimada quando os órgãos de decisão se omitem. Letícia citou o fato do Legislativo não aprovar a discussão de gênero nas escolas de Blumenau como um fator agravante. “Ao votar o Plano Municipal de Educação os parlamentares perpetuaram por mais 10 anos a cultura do estupro. Me pergunto como essas professoras se sentiram quando foram silenciadas pelos senhores”, enfatizou.

    Outro ponto abordado pelo coletivo foi a falta de ações efetivas para acolher as vítimas. “A Delegacia da Mulher não comporta a vítima, não encaminha e não orienta aos trâmites legais. Como consequência a mulher não denuncia”, esclareceu. Letícia disse ainda que debater gênero não é apologia à educação sexual. “O que inicia a vida sexual precoce é a violência que sofremos todos os dias. Não nos calaremos, estamos juntas, firmes. Não basta se declarar contra a cultura do estrupo. É preciso lutar contra o machismo todos os dias”, finalizou.

    Fonte: Assessoria de Imprensa CMB
    Foto: Jessica de Moraes | CMB