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22-11-2016

Consciência Negra é tema da Tribuna Livre

  • tribunalivre22novembro16

    Na Sessão Ordinária desta terça-feira (22), o professor universitário e representante do Movimento de Consciência Negra de Blumenau Cisne Negro, Carlos José da Silva, ocupou a tribuna livre para falar sobre o Dia da Consciência Negra e sugerir a criação de um conselho municipal voltado às minorias.

    Destacou que a data foi instituída para defender os direitos dos descentes de africanos, para que tivessem as mesmas condições que os que não eram negros. Apontou que existe a Lei Federal nº 10.639, que trata sobre o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana nas escolas. Disse que a lei não é cumprida na cidade. “Em provas de concurso público ninguém sabe dizer quem foi Zumbi, quem foi Dandara e confundem um instrumento musical com a religião. Macumba não é religião”, afirmou.

    Disse que é preciso construir uma discussão sobre as minorias. Sugeriu a construção de um conselho municipal para discutir o acesso das minorias à educação e a saúde. Apontou que é preciso discutir o pertencimento das minorias dentro da sociedade. “Dizer que em Blumenau não se tem racismo, é historicamente, negar que existe e que praticamos racismo”, argumentou.

    Salientou que os vereadores, por serem a voz do povo, devem pensar no legado que cada um deles pode deixar para a cidade. “Precisamos discutir sim o que é ser um blumenauense. Não só para que no Dia da Consciência Negra seja apresentado um trabalho nas escolas”. Sustentou que o continente africano é o mais antigo do mundo, produzindo cultura que antecederam muitas outras.

    Disse que na tribuna não é o momento, mas é preciso realizar uma discussão em plenário sobre o que seria esse conselho municipal que vai discutir as minorias e quais as metas para tentar sanar as diferenças. “Não tenho pretensão de extinguir o racismo, porquê quem é racista é racista e acabou”. Disse que quer proporcionar às futuras gerações o acesso à informação sem o sofrimento de gerações anteriores.

    Apontou que 0,1% são estudantes negros na Universidade Regional de Blumenau (Furb). Questionou as propagandas veiculadas na cidade que colocam imagem de negros como heróis e até mesmo na divulgação das universidades. “Quando se coloca um negro é porque aquele é um coitadinho que precisa de bolsa para estudar”, disse não se trata de um apelo e sim o cumprimento de uma lei que já existe aliada a um conselho que defenda o direito das minorias.

    Fonte: Assessoria de Imprensa CMB
    Foto: Jessica de Morais | Imprensa CMB