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15-02-2018

Comunidade debate mudanças possíveis no transporte público em audiência na Câmara de Vereadores

  • audiencia15fev18

    A Câmara de Vereadores realizou na noite dessa quinta-feira (15) uma audiência pública para debater questões sobre o transporte público, proposta pelo vereador Almir Vieira (PP), por meio do requerimento Nº 123/2017, e aprovada por todos os parlamentares. Representantes das diretorias do Serviço de Transporte de Blumenau (Seterb) e da Agência Intermunicipal de Regulação do Médio Vale do Itajaí (Agir) participaram da mesa dos trabalhos.

    O encontro contou também com representantes do Sindicato dos Empregados nas Empresas Permissionárias do Transporte Coletivo Urbano de Blumenau, Gaspar e Pomerode (Sindetranscol), de usuários do transporte público, de associações de moradores, de entidades de classes, de partidos políticos e das comunidades que serão atingidas por futuras modificações em estudo pela Agir.

    O vereador proponente explicou que a audiência tinha exclusivamente o objetivo de debater possíveis mudanças de rotas, linhas e horários e a apresentação de planilhas. “Essa audiência não é para deliberar, mas para esclarecer. Quando fui convidado para compor a comissão da Agir pude entender o que está acontecendo e o que poderá vir a acontecer com algumas mudanças propostas, então me senti na obrigação de esclarecer a sociedade num debate aberto”, afirmou, ressaltando que “retirada de cobradores “não seria assunto a ser discutido na audiência”.

    Em seguida, o diretor geral da Agir, Henrich Luiz Passold, fez uma apresentação institucional da Agência, destacando a função e o organograma da agência. Afirmou que a agência foi criada na modalidade de consórcio público, sendo uma novidade em Santa Catarina, com independência decisória, autonomia administrativa, orçamentária e financeira. Durante o debate, respondendo a algumas manifestações, explicou que a Agir está preocupada com o sistema de transporte e a qualidade dos serviços oferecidos e que pela primeira vez no município a caixa preta do transporte público está sendo aberta.

    O gerente de Controle, Regulação e Fiscalização de Transporte Coletivo e Demais Serviços Públicos da Agir, Daniel Antônio Narzetti, apresentou algumas simulações que poderiam levar à redução da passagem. Entre as sugestões propostas estão a fusão de linhas, novos traçados e adequação de rotas e de linhas; a diminuição de carros reservas e de potência dos veículos considerados “leves”. Ele mostrou os componentes da tarifa e exemplificou que a redução da quilometragem em 30 mil quilômetros por mês poderia fazer o valor da tarifa no contrato da Blumob ter iniciado em R$ 3,84. No caso da diminuição de potência dos veículos de 200 cavalos para 180 cavalos, a tarifa poderia ter iniciado em R$ 3,81. Assinalou que com as mudanças sugeridas a passagem poderia ser hoje de R$ 4,01.

    Dos vereadores presentes, somente Ito de Souza (PR), Adriano Pereira (PT) e Alexandre Matias (PSDB) usaram a tribuna. Os vereadores Alexandre Caminha (PROS) e Oldemar Becker (DEM) também compareceram. O vereador Ito questionou a ausência da Blumob, afirmando que o fato de não ter nenhum representante da empresa na audiência demonstra o desrespeito com os trabalhadores e usuários do transporte público. Também se mostrou contrário às mudanças de linhas e rotas. “Não se pode mexer no direito do povo de ir e vir e vai acabar por retirarem os cobradores, causando mais desemprego na cidade”. O parlamentar também questionou o papel da Agir e reclamou que a mesma não vem realizando uma fiscalização a contento sobre os serviços pelos R$ 240 mil que recebe do município.

    O vereador Adriano também reclamou da ausência da Blumob. Afirmou que os serviços no transporte público continuam péssimos. “O que realmente melhorou? Se a cada dia diminui o número de usuários e nos nossos gabinetes chegam reclamações todos os dias? O que a Agir vai fazer pelo povo?”, perguntou, assinalando que os trabalhadores e usuários não estão em primeiro plano, porque a prioridade é o lucro para a Blumob.

    O vereador Alexandre Matias defendeu o rompimento do contrato com o Consórcio Siga, em 2015, e a intermediação da agência reguladora para que a situação anterior não venha a se repetir. “Não se pode responsabilizar o governo Napoleão pelo não pagamento aos trabalhadores Consórcio Siga”, ressaltou, respondendo aos representantes do Sindestrascol que criticaram o rompimento do contrato sem a efetivação das rescisões trabalhistas. Ele também destacou que a passagem de ônibus é a soma de todas as variáveis e que se alguns pequenos ajustes puderem ser feitos vão resultar na redução do preço.

    No encerramento do debate o vereador Almir Vieira explicou que todos os inscritos falaram e foram ouvidos. “O intuito dessa reunião foi alcançado, que era o de ouvir a comunidade. Este foi meu objetivo ao propor esta audiência. Temos que ter tranquilidade para discutir e muitas perguntas aqui feitas deverão ser respondidas à sociedade”.

    A audiência será reprisada pela TVL neste domingo, 18, às 23 horas, pelos canais 14 da NET e 19 da BTV. Também ficará disponível no site da Câmara: camarablu.sc.gov.br.

    Fonte: Assessoria de Imprensa CMB

    Fotos: Jessica de Morais | Imprensa CMB