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12-03-2014

Câmara realiza sessão solene em homenagem ao ‘Dia Internacional da Mulher’

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    A Câmara de Vereadores realizou na tarde desta quarta-feira (12) a solenidade em homenagem ao “Dia Internacional da Mulher”, comemorado no sábado (8). Representantes de entidades empresarias e de serviços, além de funcionárias públicas e alguns parlamentares prestigiaram o evento, que contou com cinco convidadas para dialogar sobre a luta e direitos das mulheres e das condições que ainda estão submetidas a maioria das brasileiras.

    Assista a matéria produzida pela TV Legislativa sobre a Sessão Solene

    Assista, na íntegra, o vídeo da Sessão Solene realizada

    Veja as imagens da Sessão Solene:

    O presidente da Câmara, Vanderlei de Oliveira, destacou a importância da solenidade, não como uma homenagem, mas como uma forma de agradecer a contribuição da mulher na conquista por uma sociedade mais igualitária e humana. “Convidamos cinco mulheres  que são referências em nossa sociedade para um momento de reflexão  sobre as conquistas, mas em especial sobre as lutas ainda latentes”, assinalou.

    A solenidade iniciou com a declamação de dois poemas do escritor Ivo Hadlich, ex-vereador e presidente da Sociedade Blumenauense de Escritores. Um dos poema ele dedicou a mãe e o outro a todas as mulheres jovens, mães e de cabelos brancos, destacando a força com que a mulher supera e se renova diante dos desafios.   

     

    A presidente da União Blumenauense de Associações de Moradores (Uniblam), Ivone Gnewuch, disse que a mulher deve buscar dentro de si a força para lutar por um mundo mais igualitário e humano.  “A força tem que vir de nós. E nossa responsabilidade é muito grande, não só no campo social, mas em qualquer espaço que ocupamos temos que pensar em tudo, e fazer com que a sociedade seja mais humana, porque precisamos de corações verdadeiramente humanos em homens e mulheres”, avaliou.

    A servidora pública aposentada, Vera Castellain, ressaltou que a presença das mulheres no cenário brasileiro tem sido inquestionável e que a mulher empreendeu a luta pela democracia, criando uma forma própria de lutar pelos seus direitos.  “A luta da mulher é responsável pelas mudanças significativas em nosso país”, sustentou.

    Ela apresentou dados de uma pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo e Sesc sobre a percepção de mulheres e homens a respeito de cada gênero.  “A pesquisa nos diz que a evolução do pensamento e do papel da mulher brasileira na sociedade ainda tem um grande caminho a percorrer”, constatou.

    A pesquisa, realizada em 2010, entrevistou 2.500 mulheres em 166 municípios brasileiros, abrangendo as áreas urbanas e rurais. “O estudo revela que a violência doméstica segue a frente como violação dos direitos da mulher”, adiantou, assinalando que é necessário o olhar vigilante na aplicação das leis e a luta cotidiana para buscar o respeito mútuo entre homens e mulheres, jovens, crianças e pessoas de todos os credos e raça. “Esse é o nosso papel”, assegurou.

    Reflexão

    A juíza conciliadora Maria Cecília de Souza, mais conhecida como Dra. Mariazinha, contou um pouco da sua história para falar da garra e da persistência que deve nortear toda a mulher que deseja alcançar os seus ideais. “Foi o que me deu forças para entrar há 40 anos no mundo do Direito, até então dominado por homens”, lembrou.

    Disse que na época não havia escritórios com placas identificando nomes femininos. “Hoje, as mulheres lideram na OAB, secção de Blumenau”, disse, ressaltando que a data em homenagem a mulher deve ser de fato dedicada àquelas que com perseverança vão alcançando destaques na política, no direito e tantas outras áreas.

    Dedicou a homenagem às colegas de profissão e às mulheres brasileiras. “A todas as advogadas e mulheres, porque somos guerreiras e não nos quedamos diante dos problemas e sempre temos forças para retornar e continuar na luta para uma sociedade muito melhor para os nossos companheiros e nossos filhos e filhas”, declarou.

    A presidente da Associação de Empregados Domésticos e Diaristas de Blumenau e Região, Justina Inês Ogliari, afirmou que a data 8 de março não deve ser de comemoração, mas de reflexão.  Segundo ela ainda hoje, morrem muitas mulheres de várias formas. “A muitas são negados o acesso à saúde, a vaga da creche para os filhos, à moradia digna, e a obrigatoriedade de uma jornada dupla, saindo de um emprego para o outro e ainda tendo de cuidar da casa, sem direito ao lazer”, justificou.

    Disse que na profissão de doméstica a mulher ainda não tem garantias e muitos direitos trabalhistas ainda lhe são negados. “Muitas domésticas trabalham com atestado de saúde no bolso, com receio de apresenta-lo e de perder o emprego em seguida”, contou, assinalando que o serviço doméstico ainda é pouco reconhecido e valorizado.

    Segundo Justina, o “Dia da Mulher”, virou apenas mais um apelo do comércio, mas que as mulheres não querem apenas receber flores e presentes. “Queremos receber flores sim, mas com elas o nosso direito à igualdade”, observou, dizendo que acha muito importante a participação das mulheres na vida política e econômica do país. Afirmou também que há poucas políticas públicas que assegurem os direitos sociais das mulheres e a participação delas nos espaços políticos.

    A sindicalista Marlene Satiro, da diretoria do Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Coletivo de Blumenau, também afirmou que a luta pelas conquistas dos direitos das mulheres ainda é longa e desafiadora.  “Temos muito ainda para conquistar, apesar dos longos anos de luta e de várias heroínas mortas por lutarem por nossos direitos”, destacou.
    Vejo como um fato que dificulta a nossa luta, o preconceito do homem em relação à mulher, mas também da mulher em relação a si mesma”, observou.
    Na opinião da sindicalista, uma sociedade poderá ser chamada de civilizada quando não houver mais diferença de direitos entre os gêneros.  “Precisamos de coragem e apoio para lutar não contra os homens, mas para mostrar a eles que somos iguais em condições humanas e que as tarefas precisam ser divididas”.
    Disse que dedicava o momento e o mês de março a duas mulheres. À mãe que lhe ensinou a não ser submissa e à ex-vereadora e assistente social Maria Emília de Souza.

    Por fim, Marlene disse a seguinte frase: “Mulher sonhas e serás livre de espírito. Lute e será livre na vida”. Disse também que ela luta pela sua liberdade.

    Ao final da sessão, houve um minuto de silêncio para a empresaria blumenauense Adelina Hess de Souza e para a ativista Olga Benario Prestes, proposto pelo presidente Vanderlei de Oliveira. A pedido da Dra. Mariazinha houve um minuto de silêncio também para as advogadas que atuaram em Blumenau e morreram vítimas de câncer: Olga Bernardt e Maria Beatriz Vieira.

    Fonte: Assessoria de imprensa

    Foto: Renan Olaz