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30-10-2015

Proposições em Audiência Pública visam amenizar problemas com macadame em época de chuva intensa

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    A Câmara de Vereadores realizou, na noite desta quinta-feira (29), uma Audiência Pública para buscar uma forma de adquirir macadame de melhor qualidade para ser utilizado na manutenção das ruas da cidade. A audiência atendeu ao Requerimento nº 954/2015, de autoria do vereador Adriano Pereira (PT), aprovado pelo Plenário. Além dele, estiveram presentes os vereadores Célio Dias (PR), Jens Mantau (PSDB), Vanderlei de Oliveira (PT), Jefferson Forest (PT) e Oldemar Becker (sem partido).

    O proponente Adriano Pereira apresentou imagens de diversas ruas que sofrem com a lama e a dificuldade do tráfego de veículos. Disse que a situação nunca foi tão ruim e não é possível continuar com o mesmo material. “Nas fotos é possível ver que não existe nenhum pedrisco que contribua para que a lama não se forme nessas ruas”, apontou. Lembrou que em algumas vias foi colocado rachão, mas apenas naquelas que são corredores de ônibus. Mostrou fotos de uma pedreira na cidade que poderia fornecer material de melhor qualidade, e que a proprietária estaria disposta a doar o macadame. Também afirmou que aqueles que criticaram a realização da audiência pública sobre o tema não vivem essa realidade. “Quem passa por isso apoia essa tarefa de encontrar uma alternativa para o macadame que nunca foi tão ruim”, assinalou.

    José Valmir Roncáglio, proprietário Celeiro Construção e Transportes LTDA, uma das empresas fornecedoras do macadame usado pela prefeitura, afirmou que a jazida é de procedência lícita e laudos periódicos de laboratórios atestam que o material atende às especificações. Porém, ressaltou que há pontos onde nem o asfalto iria resistir, especialmente em áreas mais úmidas. Apresentou vídeos das etapas de extração e preparação do material, destacando que o edital prevê que o macadame tenha até três polegadas, exatamente o que é entregue. Disse que a Prefeitura está recebendo o material que compra, mas que o tamanho é insuficiente para causar travamento em ladeiras. “O macadame de 3 polegadas é pouco para revestimento primário em áreas de muita aclividade”, frisou. Disse que a empresa possui o material que causa o travamento, mas não pode entregar, pois não foi comprado. Também apontou que a utilização do material que seria doado à prefeitura, sugerido pelo vereador Adriano, seria exploração clandestina por conta dos direitos minerais.

    O engenheiro civil Arnon Tonolli da Inspetoria de Blumenau do CREA-SC, que também esteve representando a Uniblan, reconheceu que a questão é de gestão complicada, principalmente em tempos de intensas chuvas, mas avaliou que está faltando gestão entre empresa e prefeitura. “É preciso ajustar a logística adequada, manuseio do material, e deposição adequada em tempo de muita chuva, pois o material sofre prejuízo se ficar a céu aberto”, disse. Também sugeriu que o contrato de licitação leve em consideração o material mais adequado para terrenos planos e acidentados.

    Já o secretário de Serviços Urbanos, Rafael Jansen, esclareceu que a partir de 2013 o macadame passou a ser fornecido através de licitação e não mais a locação de pedreiras para evitar a ilegalidade. Reconheceu as dificuldades que os moradores enfrentam, mas pediu que todos entendam que de nos últimos 90 dias apenas seis foram dias bons de trabalho, sem chuva durante o dia ou a noite. Ressaltou que a colocação de macadame quando o solo não está seco gera um resultado muito ruim. Lembrou que o material é extraído da natureza, que também está recebendo chuva. “Em ruas que não tem tubulação de drenagem a situação piora, a água vem lavando o macadame”, explicou. Disse que está buscando alternativas, mas que não há condições de revestir todas as vias com pó de brita ou rachão. Pediu paciência à comunidade até que o tempo melhore.

    O vereador Célio Dias ressaltou a situação delicada que muitos moradores vivem e apontou o dano ambiental causado pela explosão de uma mina de macadame. Também avaliou que em Blumenau nem o asfalto é o material ideal para pavimentação. O vereador Jefferson Forest reconheceu o esforço do vereador Adriano, proponente da audiência, e cobrou a apresentação de alternativas pelos engenheiros.

    Já o vereador Vanderlei de Oliveira sugeriu que o município declare estado de emergência para que possa adequar as vias em pior estado com pedra brita ou macadame acima de 3 polegadas. “Se alguém no Ministério Público ficar revoltado, convidamos os promotores para conhecerem essas localidades”, adiantou. O vereador Jens Mantau lembrou que a cidade está diante de um cenário diferente relativo à quantidade de dias de chuva. Sugeriu um levantamento das ruas em estado calamitoso para então fazer uma grande frente para a colocação do material, buscando também alternativas junto ao fornecedor.

    Moradores e representantes da comunidade contaram suas experiências, colocaram sua indignação e fizeram questionamentos para o secretário. A principal reclamação foi a grande quantidade de barro misturado ao macadame. Os moradores solicitaram a colocação de um material mais grosso para fazer o travamento e que a licitação possa prever materiais diferentes para as diversas necessidades das ruas.

    Ao final, o vereador Adriano Pereira agradeceu as propostas e reforçou o pedido para que o Executivo possa mudar a realidade dessas ruas, oferecendo as mínimas condições de tráfego. O secretário Rafael Jansen também agradeceu as proposições, destacou a importância da conversa e voltou a se colocar à disposição da comunidade.

    A Audiência Pública será reprisada no próximo domingo, dia 1º de novembro às 23 horas, pelos canais 14 da NET e 19 da BTV. Também ficará disponível no site da Câmara: camarablu.sc.gov.br.

    Fonte: Assessoria de Imprensa CMB
    Fotos: Imprensa CMB