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28-06-2013

Câmara Mirim faz oitava sessão ordinária da atual legislatura

  • A Câmara Mirim realizou na tarde desta sexta-feira (28), no plenário do Poder Legislativo municipal, a oitava sessão ordinária da atual legislatura. E reunião contou com as participações do vereador Fábio Fieder (PSD) e da aluna da Etevi (Escola Técnica do Vale do Itajaí), Daniele Kuchenbecker.

    Durante o Momento de Formação Legislativa, Fiedler falou sobre as consequencias da combinação álcool e direção. Contou que beber e dirigir era socialmente aceito na década de 1990, quando havia um número altíssimo de acidentes causados pela bebida. Segundo o parlamentar, a redução do número de acidentes e vítimas é fruto da divulgação do tema e das punições aplicadas aos infratores.

    “Do mesmo jeito que dirigir sem cinto, antigamente era ‘super normal’, hoje é impensável”, comentou.

    Por fim, Fiedler parabenizou os pequenos parlamentares pelo trabalho, lembrando a importância do projeto Câmara Mirim para o desenvolvimento dos estudantes. 

    Daniele ocupou a tribuna para falar sobre o dilema que costuma afligir os estudantes do terceiro ano do ensino médio: escolha da profissão. Ela definiu a decisão pela opção da carreira, como a “hora do terror”. Para Daniele, o que  assusta os estudantes é a ideia de  que a  escolha será por toda vida.  

    “Esse pensamento deveria ter ficado no século passado, porque  a realidade das atuais profissões é muito diferente. Hoje estamos em constante atualização e aperfeiçoamento que podem nos levar a outras áreas de conhecimento”, observou.

     

    Em seguida, os vereadores mirins ocuparam a tribuna.

     

    Anna Júlia Belz – Escola Anita Garibaldi

    Após quase cinco meses de mandato, a vereadora mirim fala sobre a importância desta etapa em sua vida. “Iniciando pela própria candidatura na escola, pensar em propostas, analisar as necessidades e anseios da comunidade. A diplomação e a posse nos remeteram a um compromisso, não só com nossas escolas, mas com nosso crescimento e conhecimento pessoal”, relatou. Ao final, leu um fragmento do poema de Charles Chaplin que fala da juventude:

    “… Tu és jovem. Atender a quem te chama é belo, lutar por quem te rejeita é quase chegar a perfeição. A juventude precisa de sonhos e se nutrir de lembranças, assim como o leito dos rios, precisa da água que rola e o coração necessita de afeto. Não faças do amanhã, o sinônimo de nunca, nem o ontem te seja o mesmo que nunca mais. Teus passos ficaram. Olhes para trás… mas vá em frente, pois há muitos que precisam que chegues para poderem seguir-te”.

     

    Carla Marina Bucci – Colégio Sagrada Família

    Para a pequena parlamentar, a sociedade está doente, mergulhada em um mar de repetições. O pensamento, as atitudes e os argumentos são os mesmos. “Estamos presos na lama da banalidade, que nos mantém sempre no mesmo lugar”, disse. Carla acredita que uma nova atitude pode renovar o pensamento. “Mas só uma só não é suficiente, precisamos que seja diferente, inovador, jamais pensado antes. Algo que quebre essa rotina intelectual a qual nos auto-submetemos. Nós precisamos de um povo crítico que pense por si só e não de meras pessoas que repetem a filosofia de séculos ou até milênios atrás”, criticou.

     

    Fernanda Dalle Court – Escola Coronel Pedro Feddersen

    A vereadora mirm falou sobre as condições das calçadas de Blumenau. “Dependendo do local, os pedestres tendem a invadir as ruas, sem contar que eles estão colocando as vidas em risco. Não importa o lugar, sendo perto ou distante do centro, é comum encontrar problemas. Seja por causa do estado precário das calçadas ou porque alguns proprietários não fazem a manutenção, como diz a lei”, analisou. Para Fernanda, a calçada deve garantir o deslocamento de qualquer pessoa, independente de idade, estatura, limitação de mobilidade ou de percepção. Devem atender as dimensões necessárias na faixa livre de circulação (largura mínima recomendada de 1m50) e ser projetada para acomodar o maior número possível de pessoas andando simultaneamente.

     

    Graziela Gabriel – Escola Patrícia Pegorim

    A mirim abordou a situação atual do CEI Laudemar Bernardo, no bairro Fortaleza. Informou que, na clamidade de 2008, um barranco na parte de trás da creche deslizou. O educandário mais próximo é o Edgar Sasse, que já não comporta mais crianças. “Algumas famílias estão passando dificuldades por não conseguir vagas nas creches perto da casa”, adverte. Para ela, as leis primárias estão sendo desobedecidas, como a que toda criança e adolescente tem direito a educação. “Por estar abandonado, o CEI Laudemar Bernardo foi invadido por vândalos, que quebram portas e janelas”, alertou.

     

    Igor Felipe Stank – Escola João Joaquim Fronza

    O pequeno parlamentar contou a história das constituições brasileiras. Disse que, desde a do Império, havia a garantia da liberdade de expressão, o que foi preservado até a Constituição de 1937. “Já no período conhecido como Estado Novo, durante o governo do presidente Vargas, o princípio constitucional da liberdade de pensamento desapareceu. A censura nasceu reprimindo a liberdade de expressão. Com o período da redemocratização, no novo ordenamento jurídico, foi assegurada a manifestação do pensamento. “Vale ressaltar que, quando se restringe a liberdade de um indivíduo, não somente o direito deste é atingido, mas também o de toda a comunidade de receber e debater as informações. Liberdade de expressão está acontecendo frequentemente em nossa cidade e em muitas outras. Está nascendo uma nova geração. Uma geração que não aceita mais tanta corrupção, tantos impostos”, concluiu.

     

    Isabelle Albino Dias – Escola Adolpho Konder

    Para a mirim, o Brasil está tentando ser um país de primeiro mundo, construindo estádios e melhorando os centros turísticos. “Mas os países de primeiro mundo não tem só estádios bonitos, centros turísticos maravilhosos, mas também educação excelente”, ressaltou. Ela lembrou que o Brasil ocupa o 53º lugar em educação. Ao todo, 731 mil crianças ainda estão fora da escola, 34% dos alunos que chegam ao 5º ano de escolarização ainda não conseguem ler, 20% dos jovens que concluem o ensino fundamental, e que moram nas grandes cidades, não dominam o uso da leitura e da escrita. “Será que o Brasil será um país de primeito mundo gastando mais ou menos R$90 bilhões nos estádios?”, questionou.

     

    Júlia de Souza – Escola Adelaide Starke

    A pequena parlamentar falou sobre os protestos das últimas semanas no Brasil. Ressaltou que o ponto de partida foi a luta contra o aumento das tarifas do transporte coletivo, mas no final agregaram outras reivindicações de direitos do cidadão, como a corrupção, a impunidade, a violência urbana, os hospitais e a falta de um sistema de saúde digno. “Em sua edição online, o jornal The New York Times publicou uma reportagem para explicar o que estava acontecendo no Brasil, com base apenas em comentários dos leitores brasileiros e de outras nacionalidades. Um dos destaques foi à opinião de um leitor da Malásia: “O povo está aprendendo que mais circo resulta em menos pão”.  Júlia terminou o discurso lendo um versículo bíblico, que se encontra em Provérbios 29.4: “Quando o governo é justo, o país tem segurança, mas, quando o governo cobra impostos demais, a nação acaba na desgraça”.

     

    Karol Dias – Escola Professora Alice Thiele

    A vereadora mirim iniciou o discurso com uma frase do cantor Renato Russo: “Um longo caminho já se passou, porém a vida ainda trará muitas responsabilidades. Cabe a nós trilharmos a jornada que está por vir, com objetivo e muita garra, já que somos os filhos da revolução e o futuro dessa nação”. Para ela, o fundador da banda Legião Urbana quis dizer que não é porque são jovens que não podem ir à luta, protestar contra a corupção, a falta de médicos nos hospitais, trasporte público sem qualidade, entre outros. “Somos os filhos da revolução e o futuro dessa nação. Não devemos ficar sentados e esperar que as coisas caiam do céu porque do céu só cai chuva, por isso temos que ir às ruas e defender  um mundo melhor, um mundo sem corupção”, conclamou.

     

    Luiz Felipe Stein – Escola Tiradentes

    Ao abordar o projeto Vereador Mirim, criado em 1999, o pequeno parlamentar disse que o objetivo é levar o jovem a conhecer a política e como ela funciona. “Somos o grupo de 2013, fomos eleitos pela nossa comunidade escolar. Temos que ter a consciência de que estamos representando os jovens estudantes que almejam um futuro melhor para nossa cidade, mas, o que já aprendemos? O que já fizemos? O que podemos fazer para dar valor aos votos que nos foram confiados?”, refletiu. Segundo ele, os mirins estão aprendendo a falar melhor, se expressar de maneira respeitosa em público e perdendo o medo em frente à tribuna. “Mas, neste momento, o que vejo como mais importante são os laços de amizade construídos neste curto tempo. Já dizia o poeta: “Amigo é para se guardar do lado esquerdo do peito”, lembrou.

     

    Mari Katlin Machado Nunes – Escola Professor Friedrich Karl Kemmelmeier

    A vereadora mirim começou o discurso com uma indagação: “Vocês já pararam para pensar porque está acontecendo estes protestos?. A  sociedade cansou de ser roubada, explorada, de ter que esperar horas para ser atendida em um postinho de saúde, de pagar impostos altíssimos e não receber beneficio em troca,da falta de educação e de segurança. Mari disse que, em Blumenau, mais de 15 mil manifestantes foram para as ruas cobrar dos governentes invetimentos na saúde, educação, fim da corrupção e punição aos corruptos. “É muita gente. Participei de dois dos protestos e realmente valeu muito a pena, ter buscado uma coisa que é de interesse de todos, ver as pessoas com cartazes. E, antes de qualquer coisa, nós temos que dar parabéns para os policiais que não agrediram ninguém, mesmo algumas pessoas provocando”, observou.

     

    Maria Vitória Deggan – Escola Machado de Assis

    Para a pequena parlamentar, quando alguém decide se tornar vereador, assume responsabilidades políticas. “Aí, então, temos que pensar de forma coletiva, nossos métodos e novas visões se ampliam. Como se nossa vida não fosse apenas o eu, mas todos. Tudo o que fizermos politicamente, colheremos os frutos e daremos estes frutos a todos que estiverem a nosso redor”, afirmou. Maria Vitória disse que os mirins devem tentar mudar a cidade. “Como vereadores mirins, devemos ir às escolas e conhecer as deficiências de cada uma. Vamos cobrar estruturas melhores, tanto física, como de pessoal. Vamos olhar para um futuro melhor”, conclamou.

     

    Nathalia Maluli Bringhenti – Colégio Castelo

    A estudante ressaltou que democracia vem da palavra grega “demos”, que significa “povo”. “Nas democracias, é o povo quem detém o poder soberano sobre o Poder Legislativo e o Executivo”, afirmou. “E agora lhes pergunto: no Brasil, nós temos uma democracia como a definição nos mostrou? Nosso governo e respectivas eleições são realmente justas como dizem? Será que não tem alguns defeitos na nossa chamada democracia?”, perguntou. A vereadora mirim destacou o artigo quinto da Constituição, que diz que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”, mas que esta está apenas na teoria, porque na prática acontece o contrário”. “Muitas vezes não temos liberdade de expressão ou somos censurados dependendo das palavras que falamos ou das atitudes que tomamos”, argumentou.

     

    Samuel Santos Soares – Escola Professor João Widemann

    O veredador mirim afirmou que o ser humano, em geral, é fraco e dependente. “Se não tivesse tecnologia, o que seria da sociedade atual?”, questionou. Segundo ele, desde os primórdios, o ser humano busca ser superior aos outros. Seja para ter uma pequena vantagem ou para influenciar a vida das pessoas. “Tem muita gente que busca a politica, apenas pelo poder, porque quer ser superior, e não pensa em usar esse poder em beneficio da comunidade. Há também aquele que quer apenas uma vantagem em cima dos outros, e esse é o pior tipo, é quem macula a imagem do político”, criticou.

     

    Wesley Tiago Pscheidt – Escola Áurea Perpétua Gomes

    O aquecimento global, o aumento da temperatura média dos oceanos e do ar perto da superfície da Terra, foi abordado pelo vereador mirim. “Este processo desencadeia várias alterações nos sistemas da Terra, incluindo a subida do nível do mar, mudanças em padrões de precipitação, resultando em enchentes e secas. Outros efeitos prováveis incluem alterações na frequência ou na intensidade de ciclones tropicais e outros eventos meteorológicos extremos, extinção de grande número de espécies e perturbações na produção de alimentos. O aquecimento e as conseqüências serão diferentes de região para região, mas a natureza destas variações regionais ainda é incerta”, ressaltou.  Wesley acrescenta que o Protocolo de Quioto, bem como inúmeras outras políticas e ações nacionais e internacionais, visam a estabilização da concentração de gases de efeito estufa para evitar uma interferência perigosa.

     

    Em seguida, os vereadores mirins votaram os requerimentos.

     

    Requerimentos aprovados:

     

    Nº 77, da Vereadora Mirim Nathália Maluni Bringhenti: solicitando à Prefeitura a reforma da quadra de esportes da escola Felipe Schimidt, no bairro Itoupavazinha.

     

    Nº 78, da Vereadora Mirim Anna Júlia Belz: requerendo  ao Executivo a manutenção da Erich Belz, no bairro Itoupava Central.

     

    Nº 79, da Vereadora Mirim Fernanda Dalle  Court: pedindo à Prefeitura a manutenção dos pontos de ônibus no trecho entre a Vila Itoupava e Massaranduba.

     

    Nº 80, da Vereadora Mirim Mari Katlin Machado Nunes: requisitando ao Executivo que pinte faixas de pedestres na rua Ricardo Georg, no bairro Itoupava Central.

      

    Nº 81, do Vereador Mirim Igor Felipe Stanck: solicitando à Prefeitura uma sinalização de curva perigosa próxima à Escola João Joaquim Fronza, na rua Philipp Bauler, no bairro Itoupavazinha.

     

     Nº 82, do vereador mirim Samuel Santos Soares: pedindo ao Executivo a manutenção dos equipamentos de ginástica e da rede de proteção da quadra esportiva na Praça Jorge Lacerda, na rua 2 de setembro, no bairro Itoupava Norte.

      

    A próxima sessão ordinária da Câmara Mirim será no dia 12 de julho, sexta-feira, às 9h, no plenário da Câmara.