Página principal
27-05-2013

Comunicação

Audiências Públicas

  • audiencia_18

    Momento em que a Câmara Municipal de Blumenau abre espaço  para debater assuntos de grande relevância e interferência direta no cotidiano da comunidade. Acompanhe, a seguir, as principais Audiências desta Casa Legislativa.

Vídeos


26/04/2019 / Sindicalistas e comunidade se posicionam contra a reforma da Previdência em audiência pública realizada pela Câmara

A Câmara de Vereadores realizou na noite dessa quinta-feira (25) uma audiência pública para discutir e esclarecer questões relacionadas à reforma da Previdência, com o objetivo de encaminhar sugestões aos representantes catarinenses em Brasília. A audiência foi proposta por requerimento do vereador Ito de Souza (PR), aprovada por todos os parlamentares.

Além do vereador proponente, estiveram presentes os vereadores Adriano Pereira (PT) e Almir Vieira (PP). Assessores de deputados federal e estaduais da região e representantes de diversos sindicados dos trabalhadores da cidade também participaram do debate. O vereador Ito abriu os pronunciamentos, ressaltando que em nenhum país do mundo houve uma proposta para a previdência tão arrojada como essa no Brasil. Afirmou que a previdência brasileira não é deficitária, porque não faz sentido o governo federal tirar do caixa da Previdência para aplicar em outras áreas. “Se existe déficit, como se pode fazer isso?”, questionou. Alertou a comunidade sobre o apelo de que a reforma será a solução para os problemas econômicos do país, lembrando que o mesmo dizia-se da reforma trabalhista, mas que os empregos que a mesma iria gerar não apareceram até agora. “A reforma da Previdência é necessária, mas não pode vir de cima pra baixo. Primeiro deve mexer com as camadas mais privilegiadas e depois com os pobres”, ressaltou, enfatizando que a reforma proposta não condiz com a realidade brasileira, que não permite ao trabalhador que ganha um salário mínimo economizar para capitalizar. Também reclamou das 500 empresas que devem à Previdência e que não são cobradas por isso. O vereador Adriano Pereira (PT) afirmou que “deforma da Previdência” seria o nome certo para se referir à proposta de mudança na Previdência Social, porque segundo ele prejudica os mais fracos. “Se fosse boa, não seria necessário o toma lá da cá para a sua aprovação, não teriam censurado informações, teriam mexido na aposentadoria dos altos escalões, dos ministros do STF, dos militares”, assegurou, mostrando um vídeo em que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e outro de um dos filhos dele eleito, que em campanha se colocaram frontalmente contra a reforma. “O povo precisa acordar antes que seja tarde”, alertou. O vereador Almir Vieira (PP) também disse que a reforma é necessária, mas que antes é preciso mudar muitas coisas em outras áreas. “Precisamos acabar com as regalias lá de cima, inclusive do Judiciário”. Disse ainda que concorda com mudanças na Previdência, mas que na sua opinião deveria ter um plebiscito ou várias audiências públicas para ampliar a discussão com a sociedade. “Temos que combater o que vem de goela abaixo”, afirmou, parabenizando quem compareceu à audiência. Em seguida falou Rodrigo Leonel Silva, assessor do deputado federal Gilson Marques, do Partido Novo, eleito por Pomerode. Rodrigo defendeu a reforma da Previdência dizendo que ela não é perfeita, mas que mesmo assim o projeto é bom, porque torna a Previdência mais justa para todos. Afirmou que as novas regras são mais duras para os que ganham mais e que beneficiará os mais pobres. “O modelo atual é financeiramente insustentável e se nada for feito a Previdência entrará em colapso e não haverá dinheiro para pagar a aposentadoria dos brasileiros no futuro”, assegurou, ressaltando que os ex-presidentes do PT também defendiam uma reforma na Previdência. Encerrou seu discurso repetindo as palavras que o deputado Gilson Marques proferiu ao votar pela aprovação da reforma na Câmara Federal: “Por amor ao passado o Brasil perdeu o presente e comprometeu o futuro. Chegou a hora de aprovarmos a reforma para corrigir o presente e garantir o futuro”. Na sequência ocuparam a tribuna os representantes das entidades sindicais de trabalhadores de Blumenau e da região. A maioria dos representantes sindicais repudiou, criticou e contrariou o pronunciamento do assessor do deputado Gilson Marques. O presidente do Sindicato dos Bancários de Blumenau e Região do Vale do Itajaí, Edson Luiz Heemann, rebateu Rodrigo Silva, dizendo que 85% dos aposentados brasileiros recebem um salário mínimo. Disse que não vê combate a privilégios nessa reforma. Exemplificou com o caso dos militares. “Eles terão aumentada a contribuição gradativamente de 7,5% para 10%, mas a aposentadoria deles será integral. O funcionalismo não terá aumento em 2019, mas os militares terão”. A presidente do Sindicatos dos Trabalhadores Têxteis (Sintrafite), Vivian Kreutzfeld, tabém disse que a reforma da Previdência é uma farsa e destacou que muitos trabalhadores não vão aguentar trabalhar por tanto tempo dentro de uma fábrica, lembrando dos muitos direitos que serão retirados, como a periculosidade, a insalubridade e o abono do PIS. Também condenou quem defende que a reforma vai gerar mais emprego. “Teremos os piores salários e o aumento da pobreza, comércio e empresas vão fechar, pois o dinheiro da aposentadoria faz girar a economia”, disse, destacando que mais trabalho e menos condições vão piorar a saúde do trabalhador e aumentar as filas do SUS. Bruno Anacleto, representante dos trabalhadores eletricitários do Vale do Itajaí, também chamou a atenção para a retirada de direitos, como o fim da aposentadoria especial. Lembrou que algumas áreas de trabalho, como nas minas de carvão, destroem a saúde do trabalhador. Também falou do perigo a que estão expostos os trabalhadores eletricitários. “Nós, trabalhadores, construímos a riqueza desse país e o que estão fazendo conosco é um desrespeito”. Disse ao assessor do deputado Gilson Marques que foi um desprazer escutar as palavras dele. “Os números que o senhor apresentou aqui são desconexos. Temos que fazer a defesa política, porque a técnica não nos deixaram discutir", frisou. O coordenador do Sintraseb, Sergio Maurici Bernardo, reconheceu como nobre a atitude do vereador Ito de chamar o movimento sindical para o debate. Disse que a reforma da previdência atende a um pedido dos grandes empresários. Como os representantes sindicais que o antecederam, condenou todas as medidas da reforma que foram consideradas boas pelo assessor do deputado Gilson Marques. Referiu-se especialmente ao aumento do tempo de contribuição para as professoras e professores, que será de 40 anos, considerando que é cruel essa proposta que segundo ele só castiga o trabalhador. “É mais um golpe contra os trabalhadores e trabalhadoras, assim como foi o congelamento de 20 anos para investimentos públicos, como foi o reforma trabalhista, e como será também a reforma tributária, que vai tirar mais impostos que são os que financiam as políticas públicas”, lamentou. Também usaram a tribuna os ex-vereadores Lenilso Silva (PT), que ocupou uma vaga no Legislativo no ano passado, e Diogo dos Santos, (PR) suplente na Legislatura de 2014. O petista afirmou que era lógico que os que representam os partidos de banqueiros têm que defender os bancos. Referiu-se ao assessor do Partido Novo, a quem para ele estava apenas cumprindo o seu papel. “É o sistema financeiro quem de fato vai ganhar com a reforma”, ressaltou. Assinalou que considera quatro pontos extremante perversos na proposta: a restrição do debate, a desconsideração para com a vida e a história das mulheres, a diminuição do BPC para o idoso para R$ 400,00 e o aumento da idade para os trabalhadores rurais. “Temos o compromisso da resistência para que essa reforma não seja aprovada”, assinalou. Diogo dos Santos afirmou que é a favor de reforma na Previdência, mas não como a que está hoje proposta. Disse que antes de mexer na Previdência o governo deveria se preocupar com a regulamentação do imposto sobre grandes fortunas previsto na Constituição Federal de 1988 e até hoje não debatido. Também citou a taxação de dividendos e a possibilidade de uma nova CPMF. “Se o problema é orçamento, poderia se discutir tudo isso antes de mexer na Previdência Social". A representante do PT de Blumenau, Edna Bastos, foi outra convidada a se inscrever para falar na tribuna. Ela disse ter ficado indignada com o pronunciamento do assessor do deputado. Também ressaltou que as mulheres serão as mais prejudicadas com as mudanças na Previdência. Outras pessoas da comunidade também se pronunciaram. Todas foram unânimes em criticar a proposta. Ao encerrar a reunião, o vereador Ito de Souza explicou que vai encaminhar um relatório com a assinatura de todos os presentes a todos os políticos catarinenses. Disse que a gravação da audiência pela TVL será anexada ao documento. Lembrou que todos os deputados estaduais e também os federais da região foram convidados para o debate. Disse que o debate oportunizou conhecer os dois lados da moeda e pediu a Rodrigo Leonel Silva que levasse um recado aos deputados dos partidos Novo e PSL. “Ao menos tenham dignidade e não se vendam por emendas para aprovar a reforma”. A audiência pública será reprisada pela TVL no próximo domingo (28), às 23 horas, pelos canais 14 da NET e 19 da BTV. Também ficará disponível no site da Câmara. Fonte: Assessoria de Imprensa CMB Foto: Lucas Prudêncio | Imprensa CMB  


Outros Vídeos: