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27-05-2013

Comunicação

Audiências Públicas

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    Momento em que a Câmara Municipal de Blumenau abre espaço  para debater assuntos de grande relevância e interferência direta no cotidiano da comunidade. Acompanhe, a seguir, as principais Audiências desta Casa Legislativa.

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21/03/2018 / Audiência Pública na Câmara de Vereadores discute Rede Cegonha e humanização do parto em Blumenau

A Câmara de Vereadores realizou nesta terça-feira (20) uma Audiência Pública para debater a Rede Cegonha dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) em Blumenau e região. Entre as principais discussões estiveram a demissão de médicos obstetras do Hospital Santo Antônio, ampliação dos horários de atendimentos das doulas na mesma unidade de saúde e a criação de uma casa de partos visando a realização de partos humanizados. Uma reunião foi marcada para o dia 16 de abril com representantes do Poder Executivo, do Hospital Santo Antônio e grupos interessados para discutir melhorias nos atendimentos.

Estiveram presentes no evento os vereadores Adriano Pereira (PT) e Marcelo Lanzarin (MDB); a deputada estadual Ana Paula Lima (PT); a diretora de Ações em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, Andréia da Silva; o tesoureiro do Hospital Santo Antônio, Sergio Pintarelli; a representante do grupo Piracema e do Bem Nascer, Luciane D'Avila; o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Ademir de Melo e a coordenadora Política Municipal da Saúde da Mulher, Joslaine Menegazo. De acordo com o Ministério da Saúde, a Rede Cegonha é uma estratégia para implementar uma rede de cuidados que garanta às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e a atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como assegurar às crianças o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis. O vereador proponente do encontro Adriano Pereira (PT), abriu os trabalhos falando da importância do tema. “Queremos saber como estão sendo aplicados os recursos dentro do SUS nas unidades de saúde, neste caso o Hospital Santo Antônio. Algumas questões fogem do nosso domínio – como o corte de verbas na área da saúde por parte do governo Temer, mas nem por isso podemos admitir retrocessos”, afirmou. Destacou que a intenção do encontro é ouvir, propor e encaminhar demandas para melhorar o atendimento na saúde. A coordenadora Política Municipal da Saúde da Mulher, Joslaine Menegazo, falou sobre o trabalho da Rede Cegonha em Blumenau. “O programa foi implantado em 2013 atendendo a uma portaria do Ministério da Saúde, no intuito de prever ações e melhora da qualidade de vida da mãe e dos bebês”, afirmou. Explicou que visando a atenção ao pré-natal foram implantados os testes rápidos de gravidez em 2014/2015. Destacou ainda um protocolo para diagnosticar as gravidezes de riscos que merecem atenção especial. Apresentou o protocolo de planejamento familiar implantado em 2017 e falou da importancia do Hospital Santo Antônio em todos os processos. O tesoureiro do Hospital Santo Antônio, Sergio Pintarelli, disse que o HSA é uma iniciativa privada e não um órgão público. “Na área da obstetrícia atuam 40 funcionários treinados especificamente nesta área. Faltam ainda 16 funcionários para atender aos requisitos mínimos da Rede Cegonha”, afirmou. Disse que nos dois primeiros meses do ano foram registrados 468 partos, sendo 37% nascimentos de alto risco. Disse que em 2017 o HSA precisou pedir empréstimo para pagar as contas por falta de recursos do poder público. O presidente do Conselho Municipal de Saúde, Ademir de Melo, disse que o Conselho recebeu uma denúncia sobre a demissão de profissionais do serviço obstétrico do Hospital Santo Antônio. “Queremos explicações do HSA para saber dos trabalhos da Rede Cegonha naquela unidade”, sustentou. Apontou que o Ministério da Saúde preconiza o parto normal. “Isso precisa ser revisto. Não existe limite para levar a mulher ao limite, elas são muito judiadas e as mulheres precisam ser melhor tratadas. Uma mulher para dar à luz não precisa sofrer tanto, penso eu”, ponderou. Pediu ainda a instalação de um hospital regional para atender os diversos municípios da região. A deputada estadual Ana Paula Lima (PT) disse que a humanização é um caminho sem volta. “As mulheres precisam de um atendimento humanizado, precisam de atenção. Não estamos falando de números”, afirmou. Disse que o HSA é mantido com recursos do Poder Público e diante disso as mulheres precisam ser ouvidas. “Queremos o mesmo atendimento do Hospital Sofia Feldman, de Belo Horizonte. Não precisamos apenas de tecnologia, mas sim de atenção e atendimento diferenciado”, defendeu. Citou as leis aprovadas na Câmara de Vereadores de Blumenau e na Alesc que tratam da humanização do parto e contra a violência obstétrica. A representante do grupo Piracema do Bem Nascer, Luciane D'Avila, destacou os direitos e as lutas para garantir o respeito e a vontade das mulheres que estão prestes a dar à luz. “A humanização do parto é mais do que apenas decorar a sala de parto, ou chamar a mãe de ‘mãezinha’ na hora do parto. Se trata de uma postura ética, com acompanhamento pré-natal, com respeito às escolhas das mulheres”, apontou. Argumentou que as mulheres deveriam estar no centro da discussão e não os profissionais ou modelos obstétricos. Também cobrou explicações do HSA sobre a demissão de obstetras e questionou os investimentos da unidade de saúde. Cobrou ainda a promessa de criação de uma casa de parto na cidade de Blumenau, feita pelo prefeito Napoleão Bernardes (PSDB). “Estamos aguardando a promessa de campanha”, sustentou. Inscrita para falar, a doula Gabriela Muller disse que existe uma determinação do Hospital Santo Antônio que restringe o atendimento das doulas apenas ao horário comercial. “Nossa reivindicação é para que a Lei Municipal 7.946/2014, que garante atendimento das doulas nos hospitais da cidade, volte a garantir que possamos atender também fora do horário comercial”, afirmou. O vereador Adriano Pereira (PT) destacou que os problemas iniciam já nas unidades de saúde localizadas nos bairros e que refletem nos hospitais. “Não podemos deixar de dar atenção às mães e aos bebês. É preciso dar condições ao atendimento no pré-natal, ainda nas unidades de saúde”, afirmou. O vereador Marcelo Lanzarin (MDB) disse que o fato da demissão dos profissionais que atuavam no centro obstétrico desencadeou a discussão. “Esse debate é muito mais amplo do que apenas sobre a equipe que atua no hospital”, afirmou. Sugeriu que no dia 16 de abril seja realizada na Câmara de Vereadores, às 10h30, uma reunião com representantes do Hospital Santo Antônio, representantes do Poder Executivo, da Câmara de Vereadores, com a presença deputada Ana Paula Lima (PT), e de entidades interessadas para analisar a possibilidade das doulas atuarem em todos os horários e a articular a criação uma casa de parto visando a realização de partos humanizados na cidade de Blumenau. A audiência pública será reprisada no próximo sábado, dia 24 de março, às 21 horas pela TV Legislativa, nos canais 14 da NET e 19 da BTV. Também ficará disponível no site Câmara: camarablu.sc.gov.br.

Fonte: Assessoria de Imprensa CMB

Fotos: Jessica de Morais | Imprensa CMB


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