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18-07-2013

Audiência pública discute a conclusão do Dique da Fortaleza

  • audiencia

    A Câmara de Vereadores de Blumenau realizou, na noite desta quarta-feira (17), audiência pública para discutir e esclarecer sobre a conclusão do Dique da Fortaleza. O encontro atendeu o requerimento do presidente do Legislativo municipal, vereador Beto Tribess (PMDB), morador do bairro há 46 anos. A reunião contou com a participação de autoridades e representantes da comunidade, especialmente dos bairros Fortaleza e Itoupava Norte, que serão beneficiados diretamente pela obra.

    Tribess lembrou que, em outubro de 2011, o tema foi debatido em audiência pública na Câmara, mas que pouco foi feito. “Convênios foram assinados, mas não saíram do papel. Esta necessidade é antiga. A comunidade até constituiu uma Comissão de Defesa e Desenvolvimento do bairro para acompanhar o processo e cobrar a conclusão da obra”, contou.

    Segundo ele, primeiramente, a comunidade buscou recursos, de casa em casa, empresa em empresa, para fazer o dique. Informou que recursos dos governos federal e estadual vieram, mas ainda não foram suficientes. “A população tem que rezar para não chover muito. Lembro que, em 2008, a comunidade da Santa Efigência trabalhou 24 horas para que as águas não chegassem lá”, relata.

    O presidente da Comissão de Defesa e Desenvolvimento do bairro Fortaleza, Anésio Kirchner, informou que faltam muitos itens no dique, como a conclusão da parte elétrica, automação das bombas e transposição do ribeirão da rua São Bernardo. “Estamos acostumados com as águas, mas não deveríamos. Já conversei com o prefeito Napoleão Bernardes sobre a necessidade de se concluir a obra e pedi a revitalização nas margens do Ribeirão Fortaleza”, contou.

    O presidente Vanderlei de Oliveira (PT) colocou a Câmara à disposição dos moradores da região. “Vamos continuar acompanhando os trâmites”, afirmou.

    Diques pela cidade

    Em nome da comunidade Santa Efigênia, na Itoupava Norte, Tânia Regina Mendonça, disse que a comunidade encontra muitos problemas. “O dique está obstruído e sem gerador. Estes problemas são de conhecimento da Prefeitura, que ainda não tomou as providências. O gerador foi prometido há muito tempo e tem ainda a obstrução da galeria, que depende de uma cerâmica”, relatou.

    Representando os moradores do bairro Vorsdat, Jorge Luiz da Luz disse que na enchente de 2011 a região não sofreu alagamentos por causa do dique. “O nosso dique funciona. Nós mesmos fazemos a manutenção”, contou.

    Segundo Darci Sabino, morador do bairro Vila Nova, disse que o dique do bairro funciona.

    Depoimentos

    O secretário de Obras, Paulo França, admitiu que a grande dificuldade é financeira. “No Dique da Fortaleza temos convênios assinados desde agosto de 2007. Em dezembro de 2009, os recursos foram devolvidos. Estamos em fase final com a Caixa Econômica para a liberação dos recursos. Devem ser contratados nos próximos dias, permitindo que a Prefeitura inicie o processo licitatório”, garantiu, informando que o governo está fazendo parcerias para a prevenção.

    O diretor da Defesa Civil, Telmo Duarte, disse que alguns diques da cidade estão funcionando perfeitamente, mas admitiu que o da Santa Efigênia “é complicado”. Garantiu que a manutenção corretiva e preventiva nos diques é feito a cada 15 dias, em média.

    O secretário de Desenvolvimento Regional, César Botelho, lembrou que, em 2011, durante uma audiência sobre o Dique da Fortaleza, o governo do Estado firmou um convênio para possibilitar a obra. “Por motivos que não desconheço, a Prefeitura não deu a contrapartida”, afirmou, acrescentando que o segundo convênio foi prorrogado até 2014.

    O vereador Adriano Pereira (PT) parabenizou a comunidade pela luta para concluir o dique. “As pessoas vieram aqui buscar respostas. Saber das atitudes que serão tomadas pelos governos”, disse.

    O vereador Cezar Cim (PP) disse que, ao ver o povo sofrer e o dinheiro ser devolvido, começou a entender a angústia do colega Beto Tribess. “Vejo duas características marcantes nesta luta: o envolvimento da comunidade e a evolução”, frisou, dizendo que a população tem que acostumar com as enchentes, mas ouvir que tem que nos acostumar com a incompetência do poder público não dá.

    O vereador Marcos da Rosa (DEM) disse que não entende porque o problema ainda não foi resolvido, já que os recursos chegaram. “O problema precisa ser resolvido. Devemos aprender a cobrar dos que nos prometeram e não cumpriram”, alertou.

    O presidente da Câmara, Vanderlei de Oliveira (PT), perguntou ao secretário de Obras, Paulo França, se é verdade que os recursos foram extornados para o Estado por falta de uso e se, em 2010, foram destinados recursos do PAC Drenagem para a Fortaleza. O secretário disse que o PAC atual é de aproximadamente R$ 13 milhões. “Estamos em fase final de contratação para iniciar o processo licitatório. Estão previstos proteção das margens, galeria, desassoreamento e transposição da Rua Sete de Maio”, explicou.

     

    Foto: Denner William | Agência Camarablu.

    Fonte: Assessoria de Imprensa.